Consórcio espera estratégia do Governo Federal para evitar desassistência da população e impacto financeiro nos municípios
A saída dos médicos cubanos do programa Mais Médicos deverá acarretar dificuldades para o sistema de saúde da Região, prevê o CONDEMAT – Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê. Pelo menos 7 das 11 cidades da Região fazem parte do programa e há mais de 60 médicos atuando nessas localidades (Arujá, Biritiba Mirim, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano). Caso a saída desses profissionais se concretize, os municípios terão de remanejar equipes e fazer contratações que, mesmo em condições emergenciais, demanda um tempo que pode comprometer o atendimento da população nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
O CONDEMAT ratifica a manifestação do COSEMS – Conselho dos Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo pela continuidade do trabalho dos médicos cubanos no Brasil para a garantia do funcionamento das UBSs. Segundo o Conselho, só em São Paulo há 1.420 médicos presentes em 276 municípios paulistas.
Caso Cuba mantenha a decisão de deixar o programa Mais Médicos, caberá ao Governo Federal adotar mecanismos imediatos para suprir as vagas que serão abertas com a saída dos médicos cubanos.
“O que todos aguardam é uma manifestação oficial do Governo Federal sobre esse assunto e com estratégias para os municípios que estão no programa e dependem dele para manter UBSs em funcionamento”, ressalta Adriana Martins, coordenadora da Câmara Técnica de Saúde do CONDEMAT, ao acrescentar o impacto duplo que a saída dos médicos cubanos vai gerar.
“Há a desassistência da população nas unidades básicas, que são a principal porta de entrada no Sistema SUS, e a questão financeira para os municípios, que têm esses profissionais cubanos alocados principalmente nas estratégias do Programa Saúde da Família e, sem eles, deixam de receber o repasse”, esclarece Adriana.
Existe uma expectativa do CONDEMAT quanto a reunião que acontece nesta segunda-feira entre representantes da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e o presidente da República, Michel Temer. A entidade já apresentou um pedido formal para a permanência dos médicos cubanos pelo menos até o final do ano e cobra o anúncio de medidas por parte do Governo Federal para evitar a desassistência da população, principalmente nos municípios pequenos.