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Homens pelo fim da violência contra a mulher são foco de trabalho do CONDEMAT

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Consórcio cria Câmara Técnica Especial de Gênero e Masculinidades e atua em parceria com Defensoria Pública e outras instituições

O trabalho das cidades da região no combate à violência contra a mulher acaba de ganhar um aliado com a criação, no CONDEMAT – Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê, da Câmara Técnica Especial (CTE) de Gênero e Masculinidades, que vai desenvolver estratégias para sensibilizar os homens com o objetivo de transformá-los em parceiros dos movimentos feministas.

A iniciativa está inserida dentro da Câmara Técnica de Políticas Públicas para as Mulheres do CONDEMAT, que reúne gestores das 11 cidades da região, e conta com o apoio da Defensoria Pública de Itaquaquecetuba, que no ano passado promoveu o primeiro curso de “Gênero e Masculinidades” do Alto Tietê e teve a adesão do Conselho de Prefeitos do consórcio na campanha do Laço Branco – Homens pelo fim da violência contra a mulher.

A proposta da nova CTE de Gênero e Masculinidades é inserir os homens num papel atuante junto às políticas públicas para mulheres desenvolvidas pelos municípios. Até então, na maioria dos lugares, o combate à violência está focado na assistência à vítima (atendimento médico/psicológico, abrigamento e importância da denúncia, entre outros) e, no caso dos homens, na punição.

“Executar as punições previstas em lei é fundamental, mas também é importante trabalhar, em várias frentes, com os homens para que eles deixem esse papel de opressor.  Precisamos sensibilizar os homens, em geral, para que eles multipliquem a concepção de que não há mais espaço para comportamentos e atitudes machistas, preconceituosas e violentas. Da mesma forma, é preciso desenvolver ações com os homens agressores para que eles não voltem a agredir e, assim, seja possível a redução dos casos de violência contra a mulher”, ressaltou Fabiana Costa, coordenadora da Câmara Técnica de Políticas Públicas para Mulheres do CONDEMAT.

Uma das primeiras ações do grupo de trabalho será a montagem, agora no segundo semestre, de uma nova edição do curso de “Gênero e Masculinidades”. Os participantes serão, preferencialmente, homens e a meta é formar multiplicadores. “Alguns municípios também não tiveram representantes na primeira edição do curso e é fundamental que todas as cidades tenham agentes multiplicadores”, destacou Fabiana.

“O CONDEMAT está de parabéns por trazer essa discussão para o âmbito regional e envolver todos os municípios. Além do curso,  a Defensoria Pública de São Paulo desenvolveu a cartilha “Vamos falar sobre masculinidade?” e também materiais de apoio sobre violência doméstica, Lei Maria da Penha e serviços de acolhimento e reflexão para homens agressores”, comentou o defensor público de Itaquaquecetuba, Anderson Almeida da Silva, em reunião realizada neste mês na sede do CONDEMAT com a participação de representantes das 11 cidades do Alto Tietê.

A atuação do novo grupo de trabalho do CONDEMAT tem como referência a ação pioneira desenvolvida pelo Consórcio do Grande ABC, sob a coordenação do psicólogo Flávio Urra, que relatou as experiências na região de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano aos representantes do Alto Tietê.

“O foco é o combate à violência contra a mulher e as principais ações do grupo de “Gênero e Masculinidades” é desenvolver cursos, dar destaque para a campanha do Laço Branco e articular seminários e fóruns para discutir a violência contra a mulher e também temáticas complementares como a masculinidade negra e diversidade”, explicou Urra. “Em Santo André, especificamente, temos o programa ‘E Agora José’, que desenvolve um trabalho socioeducativo com homens autores de violência doméstica”, completou o psicólogo.

A primeira reunião do grupo teve também a participação do professor José Adriano Marcelino da Costa, da UNG Univeritas, responsável pelo conteúdo pedagógico do curso de Gênero e Masculinidades promovido no Alto Tietê no ano passado. “É fundamental a participação das universidades nas ações e nos cursos de conscientização, pois esse tema da violência envolve várias áreas da educação”, disse.

 

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